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Prêmio Nobel de Química de 1907 - Eduard Buchner

 

 

 

               Eduard Buchner foi um químico alemão nascido em Munique, Alemanha, ao dia 20 de maio de 1860, e falecido em Focsani a 12 de agosto de 1917. Buchner era filho de um médico e professor de medicina, começou os seus estudos de química em 1884 com Adolf von Baeyer e botânica com Karl Wilhelm von Nägeli no Instituto de Botânica de Munique. Estudando junto de seu irmão Hans Buchner, publicou Der Einfluss des Sauerstoffs auf Gärungen (A influência do oxigênio na fermentação) em 1885.

               Por meio de uma bolsa especial de von Baeyer, foi possível para Buchner estabelecer um pequeno laboratório de química de fermentação e dar conferências e realizar experiências de fermentações de produtos químicos. Foi com a colaboração de seu irmão, Hans Buchner, que Eduard Buchner desenvolveu seus experimentos com leveduras, a partir da introdução da teoria de que leveduras promoviam a fermentação anaeróbica de açúcares. Em 1893 as primeiras experiências foram feitas sobre a ruptura das células de levedura, mas o Conselho de Administração do Laboratório tinha a opinião de que "que nada interferiria nas células de levedura" – experiências com a moagem das células de levedura já haviam sido descritas nos últimos 40 anos, que esta última afirmação foi confirmada por muito estudo da literatura - os estudos sobre o conteúdo das células de levedura foram postos de lado por três anos.

            Foi em 1996 que Eduard Buchner publicou seu primeiro achado, que a ausência de oxigênio não era uma pré-requisito absoluto para a ocorrência de fermentação. Esta foi a primeira afronta à teoria de Louis Pasteur, animista que acreditava que a fermentação era uma reação das células vivas à falta de oxigênio. A partir daí, Buchner recebeu grande incentivo por parte do meio científico para continuar suas pesquisas. Foi em 1903 que, novamente com a ajuda de seu irmão, Hans, Eduard publicou a obra Die Zymasegährung, mostrando seus principais resultados.         

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

             Foi Olof Hammarsten, presidente da Universidade de Uppsala e membro da Academia e do Comitê do Nobel de Química, quem avaliou as descobertas de Eduard Buchner. O memorando que Hammarsten escreveu para o comitê revelou que Eduard Buchner foi o grande responsável por solucionar problemas gerais de fermentação que há muito tempo deixava em conflito vitalistas e químicos, cujos principais protagonistas eram Pasteur e Liebig. Em seu memorando, Hamarsten credita a Buchner a capacidade de usar altas pressões para desintegrar células de levedura e produzir um suco ativo para fermentação alcoólica, algo que grande número de pesquisadores, incluindo-se aí Pasteur, falhou em tentar. A descoberta de Buchner foi um marco por colocar fim a teoria do vitalismo e a crença na mística “força vital” que não existiria fora de uma célula. Afinal, como o próprio Louis Pasteur escreveu em seus estudos, “o ato químico da fermentação é um fenômeno essencialmente relacionado ao ato vital, começando e terminando com a força vital”. A este suco ativo que Buchner encontrou extraindo de leveduras, ele atribuiu a existência do que ele chamou de zymases, entidades reais que seriam as verdadeiras responsáveis pelo processo de fermentação, independentes da levedura. Com a descoberta das zymases, surgiu uma nova área de estudo, a Zimologia que mais tarde evolui a enzimologia como hoje conhecemos.

            Com a descoberta de Buchner, não apenas a teoria vitalista começou a ser descreditada como também se deu início ao que chamamos de bioquímica moderna e marcou-se a relação entre química e medicina, devido a importante participação de Hans, irmão de Eduard.

 

 

Referências bibliográficas:

  1. Página oficial do Prêmio Nobel de Química. Acessado em 17 de março de 2016. Disponível em http://www.nobelprize.org/nobel_prizes/chemistry/;

  2. Jaenicke, L. Centenary of the Award of a Nobel Prize to Eduard Buchner, the Father of Biochemestry in a Test Tube and Thus of Experimental Molecular Bioscience. Angew. Chem. Int. Ed. 2007, 46, 6776 – 6782;

  3. Manchester, K. L. Biochemistry comes of age:a century of endeavour. Endeavour Vol. 24(1) 2000.

       Foto de Eduard Buchner e seu assistente, Wolfgang Gruber in Würzburg, em uma demonstração de seus experimentos.

Imagem de domínio público, disponível em https://commons.wikimedia.org/wiki/File:E._Buchner_WS_1911-12.jpg

Eduard Buchner

Imagem de domínio público, disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Eduard_Buchner#/media/File:Eduardbuchner.jpg

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